ADOLESCENTE AUTISTA É AGREDIDO COM TAPAS E SOCOS DENTRO DE ESCOLA

Brasil

Um adolescente autista de 16 anos foi agredido por seis colegas dentro da sala de aula na Escola Municipal Marechal Pedro Cavalcanti, que fica em Paciência, na Zona Oeste do Rio. Ninguém impediu as agressões. Em um vídeo gravado por um aluno é possível ouvir palmas e gritos.

Nas imagens é possível ver que o menino chegou a levar uma “gravata”, socos e tapas. No momento do ataque, não havia nenhum professor em sala de aula e a turma estava cheia.

Nesta quarta-feira (10), Patrícia Silva Soares, mãe do menino, fez um boletim de ocorrência na 36ª DP (Santa Cruz) e o caso está sendo registrado como injúria. A mãe do rapaz disse que só soube das agressões, que ocorreram na última quinta-feira (4), quando a responsável de um outro aluno contou que o vídeo da agressão estava circulando nas redes sociais.

Infelizmente, esse não foi a primeira agressão contra o menino. Em outra ocasião, alunos chegaram a cuspira na merenda do rapaz.

A mãe do estudante conta que ele está traumatizado e que não quer mais ir à escola. Inclusive, tem chorado muito.

Aline afirma que já foi à escola diversas vezes, mas que nada foi resolvido. Segundo ela, sua filha mais nova, que estuda na mesma escola e turma, também foi agredida com ofensas de cunho homofóbicas.

A mãe do menino disse que procurou a unidade, na terça (9) e que a direção da unidade prometeu trocá-lo de turma. Mas, isso ainda não ocorreu. Os agressores seguem na mesma turma da vítima.

Além disso, a responsável conta que em 2021 levou um documento da neurologista que atesta que o menino precisava de mediação. No ano seguinte, o rapaz trocou de escola. Este ano, retornou, e segue sem mediador. Conforme relatos, eles tiveram muita dificuldade de conseguir a conclusão do diagnóstico pela clínica da família. Até hoje, lutam para isso.

A família acredita que a escola esteja sendo negligente, já que não tem tomado as medidas cabíveis. Quanto às agressões feitas pelos alunos, os familiares contaram que está claro que os estudantes têm preconceito. O menino e a família têm medo de sofrer represálias. Por isso, foram à delegacia.

Em nota, a Secretaria Municipal de Educação informou que repudia e lamenta o ocorrido. A SME disse que “desenvolve diversas ações visando a boa convivência no ambiente escolar e oferecerá toda a assistência necessária ao aluno como a sua transferência para outra turma. A direção da unidade irá intensificar ações de conscientização dos alunos sobre o respeito e cultura de paz na escola”. Sobre mediador, a pasta disse que “a escola possui agentes de Apoio à Educação Especial (AAEE) e o aluno tem atendimento e apoio com um AAEE”.

A Polícia Civil ainda não se pronunciou.

Fonte: G1

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